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M04_O estilo formal e académico
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Bem-vindos ao módulo dedicado ao estilo formal na comunicação e, em particular, a um tipo
de estilo formal que é o estilo académico. Pode definir-se o estilo académico como a
maneira de usar a língua portuguesa nos institutos politécnicos e nas universidades.
A primeira parte deste módulo começa com uma pergunta:
Como se define a formalidade na comunicação?
Por formalidade entende-se uma maneira de comunicar com certas convenções, entre as
quais se contam:
o distanciamento físico;
a contenção dos gestos;
a adoção de determinada postura;
um determinado vestuário.
A formalidade também se manifesta por um uso especial da língua.
O discurso de estilo formal, por comparação com a linguagem informal, envolve:
grande preocupação com o vocabulário;
maior vigilância na construção das frases;
ativação de certas técnicas discursivas
O estilo formal adota-se, por exemplo, para apresentação de uma pessoa ou de um tema,
exposição de assunto,
encerramento de uma reunião).
Cabe aqui observar que, geralmente, a escrita tende a ter um estilo formal, enquanto a oralidade
tem natureza informal.
Contudo, há exceções e há casos de escrita informal:
por exemplo, muitas mensagens de correio eletrónico trocadas entre familiares e amigos ou as mensagens
de telemóvel. E também sucede que a oralidade pode tornar-se
formal em cerimónias oficiais.
É de salientar que no uso formal do português de Portugal ocorrem com mais frequência certas
formas que aparecem menos na língua falada informal:
o pretérito mais-que-perfeito simples do indicativo, quando num texto se diz «analisara»
em lugar de «tinha analisado»;
o futuro simples do indicativo, como "analisarei", em vez de "vou analisar";
e a mesóclise com o futuro simples do indicativo e o condicional,
fenómeno que consiste na intercalação de um pronome nas referidas formas verbais,
como acontece com as formas "analisá-lo-á" e "analisá-lo-ia"
Refira-se ainda que, nas formas de tratamento, impõe-se a 3.ª pessoa dado que geralmente
quem nos ouve ou lê são pessoas que não se conhece ou com as quais não há familiaridade-
mas, atenção, que em Portugal se evita a realização da forma "você", pois esta forma
pode ser considerada menos cortês.
Chegamos ao fim da primeira parte deste módulo. A segunda parte vai ser dedicada a um tipo
Falou-se do estilo formal e seguidamente comenta-se um tipo de estilo formal, o estilo académico.
Este estilo identifica-se geralmente em textos que têm uma linguagem objetiva, na qual prevalecem,
por isso, pronomes e formas verbais na 3.ª pessoa.
No estilo académico, aplicam-se as recomendações da generalidade das modalidades de estilo
formal, mas há outras que lhe são próprias ou que requerem mais atenção.
Assim, quando se escreve um texto de estilo académico
Evitam-se palavras que marquem a presença do autor ("eu estou de acordo", "nós gostamos
desta ideia") ou remetam para o local onde ele se encontra
("aqui", "neste sítio").
– Não se empregam palavras, expressões ou construções do estilo coloquial: "fixe",
"chato", "OK"; "é assim", "com uma perna às costas", sem pés nem cabeça.
Na sintaxe, aconselha-se
a construção de frases claras, de extensão média, que permitam identificar o sujeito,
o verbo e os complementos.
e evitam-se frases extensas (nunca mais de mais três linhas ou mais de 30 palavras).
[Clique slide] Apresenta-se agora um mau exemplo, um exemplo,
portanto, do que pode ser uma frase a evitar quando se escreve em estilo académico.
[Clique] Diz assim:
Ora bem, considero que o estilo académico é uma forma obviamente muito importante de
estilo formal que, como é lógico, tem as características que são precisas para escrever
os textos que são os normais no meio académico, sendo que estes estão sujeitos a certos critérios,
como por exemplo o rigor na escrita e na redação de frases, a fim de chegar ao seu objetivo,
que é pôr as pessoas que nos leem (os professores e outros membros do departamento ou da faculdade
que frequentamos) a compreender as ideias que nós queremos passar nos trabalhos que
fazemos para as diferentes disciplinas do curso que estamos a fazer e que, como é de
calcular, esperamos realizar com sucesso.
[clique] É um texto com vários problemas...
Tem mais de 3 linhas -- são 7, ao todo
[Clique] Excede o limite ideal de 30 palavras, pois
contém cerca de 110 palavras
[Clique] Há repetições de palavras -- por exemplo,
o excesso de ocorrências da palavra "que"
[Clique] Na frase, figuram ainda palavras e expressões
desnecessárias como "obviamente" e "como é de calcular"
[Clique] Surgem palavras e expressões oralizantes,
do discurso informal: ): «ora bem», «é lógico», «pôr as pessoas… a ler…»
[Clique] Finalmente, ocorrem marcas de subjetividade
na 1.ª pessoa -- «considero que...» --, o que, não sendo impossível na expressão
académica, não se recomenda, sobretudo se a intenção for tratar um tópico de forma
objetiva.
[Clique slide] Procurando adaptar a frase ao modelo frásico
do estilo académico obtém-se este exemplo do que pode ser uma boa apropriação deste
estilo.
[clique] No âmbito do discurso formal, o estilo académico
configura os textos universitários, sujeitando-os a certos critérios, como seja o rigor terminológico
e a sintaxe cuidada, a fim de facilitar a leitura aos seus destinatários (professores
ou não).
Quanto à organização e grafismo do texto académico,
Na organização e grafismo do texto global:
Forma tripartida: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Parágrafos frequentes:
cada parágrafo deve ter a primeira linha recuada em relação às outras;
em alternativa, deixa-se uma linha em branco entre cada parágrafo, sem recuo da primeira
linha.
Especialmente característico do estilo académico é o uso de conectores que são palavras e
expressões que permitem articular e encadear o discurso, facilitando assim a compreensão
de quem ouve ou lê.
Na primeira frase, com o conector "contudo" marca-se uma relação de oposição entre
a oração «gosta muito de canatra» e a oração «desafina muito
No segundo exemplo, o conector «além disso» indica que a segunda frase ocorre como informação
que se acrescenta para reforço da primeira frase
Finalmente, a locução "com efeito" dá à segunda frase um função explicativa que
se liga à primeira frase.
Os conectores podem ser as conjunções que são habituais também no estilo informal:
e, ou, mas, porque
Estas conjunções são bastante frequentes e servem para definir diferentes relações
entre as orações de uma frase.São exemplos:
«Chove e faz muito vento», em que a conjunção "e" tem valor de adição;
«Aos domingos, passeio ou fico em casa», em que "ou" marca uma alternativa;?
«Apetecia-me viajar, mas estou sem dinheiro», onde figura a conjunção "mas" para exprimir
uma relação de oposição;
e «Ela não esteve presente, porque já tinha outro compromisso?», em que "porque" estabelece
uma relação de causa.
Mas no discurso mais formal, há maior variedade de conectores.
Entre os vários tipos de conectores disponíveis no português, salientam-se:
conectores aditivos ou sumativos:
além disso, do mesmo modo, igualmente, etc;
conectores conclusivos e explicativos:
por consequência, logo, portanto, de modo que, donde se segue, etc;
conectores contrastivos ou contra-argumentativos:
sem embargo, não obstante, todavia, contudo, de qualquer modo, em todo o caso, etc.
Apresenta-se agora um texto sem conectores
Há grande distância entre as regiões onde se fala português. É surpreendente a unidade
linguística que permite compreender quem fala ou escreve do Brasil ou de países africanos
como Angola e Moçambique. Reconhece-se a diversidade da língua em espaços geográficos
e comunidades distintas.
Não se fala do mesmo modo em todos os países. A língua diverge muito conforme os grupos
sociais, as faixas etárias e as situações concretas em que ela se usa. A língua portuguesa
possui variação. A variação não impede a comunicação entre os falantes de diferentes
dialetos ou países.
Nota-se que as ideias se encadeiam, mas não fica clara qual a relação entre elas.
Uma versão coesa será a deste exemplo.
APESAR Da grande distância entre as regiões onde se fala português, é surpreendente
a unidade linguística que permite compreender quem fala ou escreve do Brasil ou de países
africanos como Angola e Moçambique.
CONTUDO, reconhece-se também a diversidade da língua em espaços geográficos e comunidades
distintas.
COM EFEITO, não se fala do mesmo modo em todos os países.
ALÉM DISSO, a língua diverge muito conforme os grupos sociais, as faixas etárias e, até,
as situações concretas em que ela se usa.
AINDA ASSIM, embora a língua portuguesa possua variação, esta característica não impede
a comunicação entre os falantes de diferentes dialetos ou países.
Nota-se que as frase se ligam agora umas às outras através de nexos que são marcados
por conectores.
São eles
Apesar de
Contudo
Com efeito
Além disso
Ainda assim
Aqui termina este módulo. Outros se seguem que ajudarão a aprofundar vários dos aspetos
aqui focados.
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